segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

M.9 - Memórias da Maria Emília- Grande Lição de Vida

M.9ARIA EMÍLIA




Grande lição de Vida



Tenho três filhos: a Mónica, o Miguel e o caçula, o Gonçalo, que é dez anos mais novo do que a irmã. No ano em que a Mónica morreu, não consegui arranjar força nem ânimo para celebrar o Natal como costumávamos fazer. Fomos para Andorra para a neve e as festas do Natal passaram assim. No ano seguinte, mal chegou o Outono, combinámos ir à Eurodisney. Mais uma desculpa para evitar o Natal em casa e todas as recordações que ele nos trazia. Os miúdos pareciam muitos felizes e procurávamos dar-lhes o que podíamos de melhor (julgava eu).


Quando recomeçaram as aulas em Janeiro, a professora de Português do Gonçalo, no 5º ano, com dez anos, pediu à turma que fizesse uma composição: “Como foi o meu Natal”. O pequenito entregou então uma folha onde escreveu:
- “Em minha casa, desde que a minha irmã morreu, nunca mais houve Natal”.

Que grande lição! Afinal o que os nossos filhos queriam era o aconchego da lareira, o presépio os sonhos e o bacalhau. Os dez dias passados em Paris foram de sonho mas não foram de Natal. Os filhos ensinam-nos tantas coisas!  


8 comentários:

RETIRO do ÉDEN disse...

No meu papel de humana, não tenho palavras... poque não há palavras.
Mas DEUS não necessita delas e irá continuando a dar-vos o colinho necessário e a aquecer os vossos corações todos os dias que se vão seguindo ano após ano.
Senão fosse ELE, como haveria Natal?
Um doce e quente Natal desejamos com o carinho desta família.
Forte, forte abraço.
Bjs.sinceros
Mer e Regis

Beijinhos de cor disse...

Querida Maria Emíia

A Vida às vezes reserva-nos coisas para as quais não encontramos sentido.

Admiro-te minha querida e acarinho no meu coração a coragem que tiveste.

Quanto ao resto, as crianças são sempre uns seres mágicos, que na sua inocência nos sabem enviar recados que ninguém mais é capaz de saber!

Desejo-te muitos Natais na companhia dos teus filhose que o Menino Jesus resguarde os vossos corações de mais dor e suavize as vossas recordações.

Um Beijinho muito grande cheio de Pó de Estrelas

Cândida Ribeiro disse...

Uma grande lição de vida!
As crianças são de facto maravilhosas e nós temos que aprender com a sua sabedoria e simplicidade.
Só enfrentando as situações é que conseguimos superá-las e compreende-las.
Para a Maria Emília, uma grande mulher e uma grande alma, mando um grande abraço com muito carinho e votos de um Natal com muita Paz.
Obrigado pela partilha das suas memórias.

Para a Quica, que teve esta ideia maravilhosa, o meu abraço apertadinho e com muita energia positiva.
Em breve passo para to dar….como gosto!

Maria Emília disse...

Obrigada Quica, pela ideia que nos permitiu vir aqui partilhar as nossas memórias.
Exitei em escrevê-la porque quando se fala de morte as pessoas pensam logo em tristeza. Na verdade esta memória para mim já não é mais triste porque aprendi a aceitá-la. O mais importante desta simples história é a importância que os nossos filhos dão às pequenas tradições que soubemos passar e que um dias eles passarão aos seus.
Um grande beijinho,
Maria Emília

ematejoca disse...

Mandei-lhe a minha história de Natal quase verdadeira por @mail, mas através do "ematejoca azul", mas como estou sem acesso à caixa do correio do @mail, por ter errado mais de 5 vezes a palavra-chave, foi a única maneira.

Paulo Tamburro disse...

DESEJO-LHE UM FELIZ NATAL E A ESTOU CONVIDANDO PARA VISITAR MEU BLOG DE HUMOR:

"HUMOR EM TEXTO"

UM ABRAÇÃO CARIOCA E FIQUE COM DEUS!

poetaeusou . . . disse...

*
e se para a Mónica,
no outro lado misterioso
da vida, onde está, a melhor
homenagem não seria festejar
o Natal e para aquela cadeira
vazia com o presente no seu
acento, esboçar de quando em
vez, aquele sorriso natalicio ?
,
sentido post, amiga,
,
conchinhas, deixo,
,
*

Tite disse...

Emília querida,

Ainda bem que estavas atenta e pudeste emendar o erro da não celebração do Natal.

Conheci em tempo um casal que, após a morte de um filho, esqueceu que ainda tinha outros dois e vestiu de luto a vida toda, coisa que entristecia demais os filhos vivos.

A dor é grande mas não pode ser passada a vida inteira para os que ficaram para nos fazer lembrar que a vida continua, embora com a companhia iluminada de quem parte.

Adorei ler a tua memória de Natal.